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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Aniversário do Brasil - Caso Araceli


"Araceli Cabrera Sánchez Crespo (Vitória, 2 de julho de 1964 – Vitória, 18 de maio de 1973) foi uma criança brasileira assassinada violentamente em 18 de maio de 1973. Seu corpo foi encontrado somente seis dias depois, desfigurado e com marcas de abuso sexual. Vinte e sete anos depois, a data de sua morte foi transformada no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes pelo Congresso Nacional."


Este post contém cenas fortes, só prossiga se for 18+
Sim, a intensão é te chocar. Isso nunca deveria ter sido esquecido..

     
     Araceli era a segunda filha de Gabriel Crespo e da boliviana radicada no Brasil, Lola Sánchez. Viviam numa casa modesta, na rua São Paulo, hoje rua Araceli Cabrera Crespo, no bairro de Fátima, na cidade de Serra (Espírito Santo), vizinha à cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo. A ausência de Araceli foi notada pelo pai, quando a menina não voltou para casa depois da escola, o Colégio São Pedro, em Vitória, no dia 18 de maio de 1973. Pensando se tratar de um sequestro, distribuiu fotografias da filha aos jornais.


          
     O corpo da menina Araceli foi encontrado 6 dias depois nos fundos do Hospital Infantil de Vitória (Hospital Jesus Menino). Uma das hipóteses era de que a menina teria sido mandada pela mãe para entregar um envelope a Jorge Michelini, tio de Dante, um dos suspeitos de sua morte. Chegando lá, os acusados a teriam drogado, estuprado e assassinado num apartamento do Edifício Apolo, no centro de Vitória. 
   


     Porém, de acordo com a Promotoria do caso (e depoimento de Marislei Fernandes Muniz) no dia 18 de maio de 1973, Araceli esperava o ônibus depois da escola, e Paulo Helal, que estava em seu Mustang Branco, pediu para Marislei dizer à menina que 'Tio Paulinho a chamava para levá-la para a casa'. Foi comprovado que a menina foi mantida em cárcere privado por dois dias, no porão e terraço do Bar Franciscano, que pertencia à família Michilini.      Tudo sendo do conhecimento de Dante Michelini, pai de um dos condenados, o Dantinho. Os rapazes, sob efeito de barbitúricos, teriam lacerado a dentadas os seios, parte da barriga e a vagina da menina. A menina foi levada agonizante para o Hospital Infantil, mas não resistiu. Os acusados ainda permaneceram com o corpo, mantiveram-no sob refrigeração e um ácido corrosivo foi jogado para dificultar a identificação do cadáver de Araceli, jogando, logo após, os restos mortais da menina num terreno próximo ao Hospital Infantil.










     Os suspeitos do crime eram pessoas ligadas a duas famílias ricas do Espírito Santo. Os nomes dos envolvidos no caso, eram os de Paulo Constanteen Helal, conhecido como Paulinho, e Dante Michelini Júnior, conhecido como Dantinho. Dante era filho do latifundiário Dante Michelini, influente junto ao Regime Militar, enquanto Paulinho era filho de Constanteen Helal, de família igualmente poderosa. Eles eram conhecidos na cidade como usuários de drogas que violentavam meninas menores de idade. O bando teria sido responsável também pela morte de um guarda de trânsito, que havia lhes parado. Ambos foram citados nos artigos 235 e 249 do Código Penal.     Também foi apontada como suspeita, no "Caso Araceli", a mãe de Araceli, Lola Sánchez, que teria usado a própria filha como "mula" (gíria conhecida para pessoa que entrega drogas) para entregar drogas a Jorge Michelini. Lola, que seria um contato na rota Brasil - Bolívia do tráfico de cocaína e desapareceu de Vitória no ano de 1981, residindo atualmente na Bolívia, tendo o pai de Araceli, Gabriel Crespo, falecido em 2004.

     
     "Mãe do Ano"
     
     Apesar de Paulo e Dante serem os principais suspeitos e de haver algumas testemunhas contra eles, os dois jamais foram condenados pela morte da Araceli, na época com 8 anos de idade. De acordo com o relato de José Louzeiro, autor do livro Araceli, Meu Amor, o caso produziu 14 mortes, desde possíveis testemunhas até pessoas interessadas em desvendar o crime. Ele próprio, enquanto investigava o crime em Vitória para produzir seu livro-reportagem, teria sido alvo de "queima de arquivo". De acordo com ele, um funcionário de hotel, pertencente à família Helal, teria lhe alertado de que estava correndo risco de morte. A partir de então, Louzeiro passou a preencher ficha num hotel e se hospedar em outro.     Araceli foi sepultada, 3 anos depois, no Cemitério Municipal de Serra-Sede, no túmulo de número 1213, na cidade de Serra.



     Após o sargento José Homero Dias, quando estava prestes a finalizar as investigações, ser morto com tiros nas costas, o caso ficou esquecido por algum tempo. Clério Falcão, na época Vereador que se elegera com a promessa de levar o caso Araceli até o fim, conseguiu a constituição de uma CPI na Assembleia Capixaba. Esta concluiu que houvera omissão da Polícia local, interessada em manter distantes das suas investigações os reais assassinos, que eram figuras de prestígio. O crime repercutiu em todo Brasil, exigindo a devida apuração e a punição dos culpados.     A testemunha chave do caso foi Marisley Fernandes Muniz, antiga amante de Paulo Helal, que declarou que Aracelli fora violentada e dopada com forte dose de LSD, à qual não resistiu. O corpo da menina Araceli permaneceu no Instituto Médico Legal de Vitória até outubro de 1975, quando foi enviado para autópsia no Rio de Janeiro, sendo sepultado no ano seguinte, 1976, em Vitória. O perito carioca Carlos Eboli constatou que a causa mortis fora intoxicação exógena por barbitúricos, seguida de asfixia mecânica por compressão.

     Poderia ter acabado por aí, com os assassinos/psicopatas presos perpetuamente mas..

     A partir de então, as famílias Helal e Michelini contrataram os doze melhores Advogados de Vitória para destituir as provas do crime. Em 1980, Dante e Paulinho foram condenados pelo Juiz Hilton Sily a 18 e 5 anos de reclusão, respectivamente. No entanto, a sentença foi anulada. Num novo julgamento, que ocorreu em 1991, eles foram absolvidos. Desde então, de acordo com Louzeiro, se tornaram "pais de família católicos, senhores acima de qualquer suspeita".

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_Araceli

Parabéns Brasil! 513 anos de injustiças e impunidades!


Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. AS COISAS CONTINUAM DO MESMO JEITO. RICOS NUNCA VÃO PRESOS E SE TIVEREM INFLUÊNCIA POLÍTICA CONTINUAM MANDANDO OU COM MANDATOS. VIDE OS JOSÉS TANTO FAZ SE DIRCEU OU GENUINO

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    1. Sim, mas é de um todo igual. A muito tempo se fala em reforma política, afinal, este sistema de gestão adotado no Brasil é uma fraude. Nenhum país que é governado sem transparência pode ser considerado uma democracia.
      É de extrema pobreza cultural, acharmos que, só porque votamos, iremos mudar o futuro de nossa nação. Não existe mais volta.
      Ou aprendemos a cuidar nós mesmo deste país, exigindo sempre os nossos direitos e decidindo os investimentos, através de plebiscitos civis ou então privatizamos a nossa administração
      É um caso clássico. Se não conseguimos fazer, precisamos de alguém que o faça, e por isso pagamos o preço.

      De qualquer maneira,o povo é que deve sempre decidir. Afinal, Nós Somos os Reis o Brasil.

      Continue conosco.

      Um abraço!

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